quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Do artesão à produção em larga escala: quem define é o cliente

            Hoje somos uma máquina onde somente a produção é importante. Nem sempre foi assim. As pessoas produziam para a sobrevivência, viviam à base de trocas. Se eu tinha um litro de leite e você tinha dez espigas de milho, fazíamos a troca e todos ficavam felizes. Assim caminhou a humanidade por muito tempo.

            Vieram os artesãos que com suas habilidades construíam objetos e os comercializavam, muitas vezes ainda à base de troca com objetos necessários para o seu dia a dia ou alimentos para a sua subsistência.

            Todo esse processo evoluiu e os artesãos e artesãs começaram a trocar seus processos criativos por ouro, prata e dinheiro.

            O criador ou a criadora do objeto artístico sabia todo o seu processo. Para melhor exemplificar, imagine o artista criando um jarro de barro para colocar água ou vinho. Ele pegava o barro, moldava, secava, assava e depois finalizava com uma pintura e estava pronto para a comercialização.

            Chegou a industrialização. Produção em massa. O operário não tinha noção de todo o processo produtivo. Com a produção em grande escala, os artesãos perderam espaço e foram obrigados a serem empregados e produzirem o mesmo jarro, mas agora somente uma parte do processo.

            Um operário é responsável pela argila, outro pela criação do jarro e moldagem, o próximo leva para a secagem e depois para o forno. O acabamento e pintura é de responsabilidade de outro empregado.

            O mesmo jarro produzido pelo artesão custa muito mais que o produzido em larga escala. O empresário ganha muito mais que o artesão. O operário, que um dia foi artista, ganha muito menos do que se ele produzisse o seu próprio jarro.

            Hoje alguns profissionais estão realizando o processo inverso. Existem pessoas retomando o artesanal e com isso abrindo um novo comércio, uma nova perspectiva de negócio: padarias, restaurantes, produtores de hortifrutis e novos artesãos criando objetos artísticos personalizados.

            É a relação de trabalho em constante movimento. Isso também obriga a evolução das leis trabalhistas, das relações patrão e empregado. Tudo isso é necessário, pois o cliente também está em constante evolução e a relação cliente/ produto mudou, pois estamos na era do cliente 4.0, aquele que deseja ter a experiência do produto, a satisfação que aquele bem lhe dará.

            Nem sempre a produção em larga escala será a melhor opção e nem sempre o personalizado também. Quem administra deve ficar bem informado sobre o que acontece à sua volta para saber dar o passo correto e certeiro.

Jorge Alberto Françóia - RA 151976


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário

“Escrever é uma arte” ou saber escrever é garantir seu emprego?

Profissionalmente se dedicar às técnicas que ampliem as habilidades e competências é fundamental para ter excelência na sua área de atuação....